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O Preço dos Alimentos Orgânicos

   O preço dos produtos orgânicos merece uma discussão que abarque todas as variantes envolvidas nesse processo produtivo. De forma simplificada, alega-se que o valor agregado - que pode variar de 20 até 100% a mais para os produtos orgânicos em relação aos de origem convencional - tem uma das causas na lei da oferta e da procura. Frente à baixa demanda, quando comparado aos alimentos convencionais, o produto orgânico ainda não se faz competitivo o suficiente no grande mercado. Porém, outros aspectos relativos à comercialização precisam ser analisados nesse contexto.

   A comercialização dos produtos orgânicos tem se mostrado o maior desafio para os agricultores familiares e para as associações de produtos orgânicos no Brasil. O confronto entre o grande circuito (o de supermercados) e os circuitos curtos (o de feiras e vendas diretas) ainda é um desafio.

   O grande circuito impõe ao agricultor barreiras à entrada, como a incorporação de serviços aos produtos (uso de embalagens plásticas ou isopor), padronização dos produtos, contratos regulares de entrega (nem sempre possíveis se tratando da sazonalidade dos alimentos in natura), a não remuneração do produto não comercializado, entre outras. Além disso, faz uso de margens altas, que visam a aumentar sua lucratividade, mas que dificultam as vendas e elitizam o consumo de alimentos orgânicos.

   O sobre-preço justo que o alimento orgânico merece ter deve ser compreendido dentro da ótica dos benefícios ambientais e sociais que ele gera. Esse acréscimo deve ser repassado ao agricultor para permitir que ele se consolide na produção. De outra forma, tende a se fortalecer o chamado industrial agriorganic business. Há exceções de supermercados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul que compreenderam a necessidade de estimular o movimento orgânico e criaram situações mais convenientes para o produtor e o consumidor deve ser informado dessas práticas, como forma de marketing social.

   Ressalta-se também o papel decisivo que o consumidor passa a ter em toda essa discussão de consumo consciente. A sua opção de compra passa a ter um profundo significado ambiental, social e político e ele passa a ser um ativo componente do processo e revitalização do rural a partir do mundo urbano.

   A produção orgânica exige maior envolvimento de mão-de-obra e ao adquirir esse alimento o consumidor passa a contribuir para o fortalecimento e viabilidade da agricultura familiar no meio rural. Essa é a contribuição social dos consumidores conscientes que, ao buscar produtos orgânicos, têm um papel decisivo para que essa mudança ocorra.

   Na verdade, os alimentos são a única mercadoria que o consumidor exige que seja barata e espera que tenha qualidade. No mercado tudo que tem qualidade superior custa naturalmente mais. Como menciona o jornalista Michael Pollan, o preço barato de uma refeição nunca leva em conta o custo para o solo, o petróleo e os gastos energéticos para produzir tais alimentos, a saúde pública (na forma de obesidade e doenças cardiovasculares), do meio ambiente, no bem-estar dos trabalhadores e dos próprios animais. Mas na verdade, pensando melhor, o contexto atual me leva a crer que a maioria dos consumidores não exige qualidade nos alimentos porque não sabe o que está comendo e como isso influencia em todos os aspectos acima mencionados. Também é fato que o distanciamento da natureza e o ritmo de vida urbano contribuem para essa condição de "consumidor anestesiado".

   Ao adquirir o alimento orgânico, o consumidor contribui para a promoção da sua saúde, para a qualidade de vida das futuras gerações e para a preservação dos ecossistemas naturais e essa contribuição tem um valor inestimável. Nesse contexto, a pergunta que surge é: qual o real valor de um alimento barato que promove a poluição ambiental, a perda da biodiversidade, a exclusão social e que contribui para o aumento das doenças?

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