Chimarrão: benefícios à saúde humana
Tomar chimarrão é um hábito cultural na região sul do Brasil. Nos estados com clima frio como o Rio Grande do Sul, a bebida preparada a partir da mistura da erva-mate com água quente em uma cuia é consumida diariamente.
Além de seguir a tradição, apreciar a bebida típica dos sulistas pode trazer uma série de benefícios à saúde, segundo especialistas.
É fonte de nutrientes como vitamina B1, B6, C, D, E e minerais como ferro, fósforo potássio e manganês. Um estudo do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul concluiu que o chimarrão ainda pode reduzir os níveis de colesterol ruim (LDL).
A bebida também possui antioxidantes que combatem os radicais livres, prevenindo o envelhecimento celular e doenças como o câncer. Outro benefício do chimarrão é a presença de cafeína, que tem efeito termogênico, e, portanto, contribui para acelerar o metabolismo. "A ingestão da bebida antes de praticar atividades físicas pode dar mais energia na hora de fazer exercícios", afirma Rucielli Frohlich, nutricionista responsável pelo programa de emagrecimento Mente Magra.
Para quem quer emagrecer, o chimarrão pode ser um aliado. O ato de preparar a bebida estimula o circuito mesocorticolímbico, que produz os maiores níveis de dopamina, o neurotransmissor do prazer, e, consequentemente, diminui a ansiedade. “Diversas pesquisas comprovam que o emagrecimento está totalmente ligado ao fator emocional. E pela experiência que já tive com mais de mil mulheres, tomar chimarrão é uma prática que pode ajudar no processo ao promover a sensação de prazer e controlar a ansiedade”, diz Sorella Mendes, psicoterapeuta e idealizadora do programa de emagrecimento Mente Magra.
De acordo com a psicoterapeuta, tomar chimarrão também é um meio de socialização, pertencimento e preenchimento. "Além de ser um hábito saudável, tomá-lo é como se fosse uma terapia", acrescenta Sorella. Apesar da popularidade no sul, é possível encontrar a erva-mate, base do chimarrão, em supermercados de grande porte na maioria dos estados brasileiros. Que por sinal, caí muito bem nesta época fria do ano.
Erva-mate
Entre 2002 e 2012, a área plantada de erva-mate caiu de forma significativa nas principais regiões produtoras do Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate) houve um desequilíbrio nesse período, o que fez o produto sair mais caro para o consumidor e a procura diminuir. A partir de 2013, houve uma valorização da planta, o que reestimulou o plantio.
Atualmente, o Paraná é o maior produtor da erva-mate, com 86,4% da produção nacional, segundo a pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) do IBGE. Com exceção de Chapecó (SC) e Fontoura Xavier (RS), os demais municípios produtores são paranaenses, com destaque para São Mateus do Sul, Cruz Machado e Bituruna. Além dos estados da região sul, apenas o Mato Grosso do Sul produz a erva, com uma colheita de 356 mil toneladas em 2016, último levantamento divulgado. O crescimento no Estado foi de 1,7% no ano.
No mercado internacional, o Brasil tem ganhado espaço com a erva-mate. No primeiro semestre deste ano, a receita com os embarques do produto quadruplicou em relação a mesmo período de 2017. Foram vendidos o equivalente a US$ 521 mil em erva-mate, com destaque para a Alemanha, que foi o principal comprador. Entre janeiro e junho do ano passado o Brasil faturou US$ 124 mil com as exportações e os franceses foram os maiores compradores.